Ter filhos ainda é um dos principais sonhos da maioria dos casais, mas a infertilidade pode ser um problema que precisa ser investigado tanto na mulher como no homem. Além da procura por um médico para um diagnóstico clínico, o acompanhamento psicológico também é importante para relação dos cônjuges.
Segundo o médico especialista em reprodução humana, Vinícius Stawinski, homem e mulher devem procurar o tratamento e participar das consultas juntos. “É o casal que não consegue ter filhos. Não é só um problema da mulher, que normalmente, procura o médico, primeiro. A presença masculina é fundamental para investigar se existe um quadro infertilidade e também para apoio e suporte da mulher durante o tratamento”, afirmou.
De acordo com ele, os motivos da infertilidade são cerca de 30% femininos, como dificuldades para ovular, obstrução nas trompas, entre outros. “Outros 30% dos casos de infertilidade têm origem no homem, como por exemplo, a varicocele, que corresponde pela maior parte dos diagnósticos masculinos. E os outros 30% são provocados pelos dois ao mesmo tempo. Por isso, mesmo que a mulher encontre uma causa para infertilidade, é fundamental a investigação masculina concomitante”, explicou o Dr. Vinícius Stawinski.
Por que procurar ajuda psicológica?
Quando o assunto é constituir uma família, o casal pode se sentir pressionado, tendo em vista as dificuldades de gerar uma criança. “Para algumas pessoas, ter um filho é o principal objetivo de vida. E quando isso não acontece ou há o aparecimento de problemas para sua concretização, ocorre a frustração. Para muitas pessoas, isso pode se tornar algo catastrófico”, explica a psicóloga clínica, Milena Leal.
Por isso, é importante que o casal – tanto a mulher quanto o homem – participe de acompanhamento psicológico durante o tratamento com o médico especialista. “É um assunto que precisa ser totalmente esclarecido e tratado com seriedade. O casal deve ter a consciência de que está lidando com tentativas. Há chances de não dar certo, mas há chances de dar certo”, completa a psicóloga.
Ela ressalta, ainda, os sentimentos que aparecem durante o processo: estresse, ansiedade e até o desenvolvimento de doenças mais graves, como a depressão. “Diante disso, é imprescindível o acompanhamento terapêutico. O homem e a mulher são indivíduos diferentes e reagem de maneiras distintas. Há casos em que as consequências desses sentimentos começam a afetar o desempenho no trabalho, relações interpessoais e na família. E esse é o papel da terapia, fazer com que a pessoa entenda que esse período é passageiro. Porém, enquanto os dois estiverem passando por isso, precisam lidar com todos os outros fatores que influenciam a vida deles”, finaliza Milena.