Com qual idade engravidar? Essa é uma das principais dúvidas da mulher moderna, que enfrenta o desafio de conciliar o sucesso profissional, família e outros aspectos da vida pessoal. Com o surgimento dos métodos contraceptivos, a mulher ganhou autonomia e liberdade para escolher o momento da maternidade. Porém, infelizmente, com o avançar da idade, as começar a ficar mais difíceis, naturalmente. Algumas mulheres optam por engravidar mais tarde, o que pode ser facilitado com as técnicas de congelamento de óvulos para a preservação da fertilidade.
O médico especialista em reprodução humana, Vinícius Stawinski, lembra que antigamente as mulheres casavam muito cedo, com menos de 20 anos, e tinham praticamente um filho a cada dois anos. “O advento da pílula anticoncepcional deu mais autonomia e liberdade feminina. Assim, ela pode escolher quando engravidar, mas isso precisa ser planejado, principalmente por causa da limitação da idade”, alertou o médico.
Por causa da profissão, algumas mulheres esperam até depois dos 35 anos para começar a planejar a chegada do primeiro filho. Em alguns casos, o despertar para a maternidade só acontece após os 45 anos, o que diminui drasticamente as chances de uma gravidez natural. Por isso, é importante preservar a fertilidade.
Segundo o dr. Vinícius Stawinski, o risco de não conseguir ter um filho sobe de 5% aos 25 anos para 20% aos 35 anos, chegando aos 80% quando a mulher atinge os 45 anos. Além disso, o risco de aborto é de 50% a partir desta faixa etária.
Por isso, o congelamento de óvulos é cada vez mais procurado pelas mulheres que querem “fazer um seguro” da fertilidade e planejar o momento ideal para a primeira gestação. A vantagem é que a tecnologia ainda trouxe novas técnicas, que tornam o tratamento mais acessível. “O ideal é que toda mulher com 25 anos pense sobre o congelamento de óvulos, principalmente por causa da possibilidade de se tornar mãe no futuro. Aí sim, ela terá autonomia para escolher a idade. Antes disso, a técnica é recomendada para casos específicos, em que a mulher perdeu a reserva de folículos, como quimioterapia e cirurgia ovariana”, explicou Stawinski.
De acordo com ele, a mulher nasce com um número limitado de óvulos e vai perdendo, naturalmente, essa reserva durante os anos. “Entre 25 e 30 anos, a mulher ainda tem uma boa reserva ovariana e os óvulos ainda estão saudáveis, na maioria das vezes. Com o passar do tempo, a reserva diminui e aumenta a chance de óvulos com má formação genética”, esclareceu.
Por exemplo, dos 20 aos 25 anos, a síndrome de down é diagnosticada, em média, uma vez a cada 1.200 gestações. Aos 45 anos, a chance de ocorrência é de uma em 25 gestações. “Por isso, a possibilidade de sucesso é muito maior com o congelamento dos óvulos da mulher ainda jovem, o que diminui chances de má formação e aborto. Além disso, não há diferença entre o óvulo recém-retirado e o óvulo descongelado”, ressaltou.